Como apliquei os playbooks e templates do IFTL na Gestão de TI
Este é o depoimento de um ex-aluno IFTL, escrito em primeira pessoa para narrar a experiência de aprendizado na Mentoria CTO. Luis é atualmente Head de Engenharia de Software na Méliuz e Embaixador IFTL.
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Embarcar na jornada da Mentoria CTO no IFTL foi uma experiência muito valiosa. O programa agregou e continua agregando conhecimento e práticas no meu dia-a-dia profissional. Isso porque o aprendizado transcende os momentos das aulas online em que grande parte das aplicações do conteúdo surgem com o tempo, no momento em que aparecem situações em que você lembra “hum… acho que vi algo assim no curso do IFTL”.
Diante de tanto aprendizado e engajamento com a comunidade tech, hoje sou embaixador de conteúdos aqui do portal Tech Hub e produzi esse artigo para falar sobre o que mais vi valor durante a Mentoria CTO, focando nos playbooks e templates que foram apresentados durante o programa e continuam sendo muito úteis no meu trabalho.
Templates da Mentoria CTO para Fundraising e M&As
Se você é um(a) profissional de tecnologia empreendedor(a) e que participa de perto das tomadas de decisão estratégicas de sua startup, vai adorar essa aula! Nela, somos apresentados aos principais modelos de negócio atuais, estágios de uma empresa, tipos de investimentos, valuation, enfim, todo o ciclo de vida de uma empresa de crescimento acelerado.
Além de todo esse overview, recebemos templates excelentes para apoiar desde a criação de um Business Plan para busca de investimentos, como documentos específicos para fazer uma profunda due delligence de TI, tanto em uma empresa que será adquirida pela sua, quanto no caso de sua empresa ser adquirida. Nessa análise, são levantados pontos de infraestrutura, dados, segurança, pessoas, processo de desenvolvimento de software/produto, etc.
Confesso que não tive ainda a oportunidade de utilizá-los, mas com os mentores do IFTL pude entender de forma muito mais clara projetos dessa natureza em que participei e, se quiser, entender melhor sobre a sua responsabilidade nessa captação, leia o artigo: M&A: entenda qual é o papel de CTOs na captação de recursos?
Dominando estratégias na Mentoria CTO para construir uma máquina de talentos
A aula de Máquina de Talentos acertou em cheio questões do meu dia-a-dia como liderança de tecnologia. Não tem como uma pessoa que assuma um cargo de gestão não ter que lidar com atração, contratação, onboarding e desenvolvimento de pessoas desde o primeiro dia de trabalho.
Nesta aula, recebi indicações de diversas ferramentas e estratégias que podem ser utilizadas para tornar a empresa uma marca empregadora e também para o processo de contratação de pessoas, com dicas para avaliação de soft e hard skills. Além disso, reforcei ainda mais meus conceitos sobre a importância de se fazer um ótimo onboarding e do quanto isso economiza tempo, dinheiro e reduz problemas no futuro.
Agora, o template que foi matador - "de verdade” - foi o de Gerenciamento de Carreira, que descreve em detalhes uma proposta para níveis de profissionais de tecnologia na empresa (estagiário, trainee, dev jr 1, 2… etc) com exigências de soft skills (comunicação, proatividade, gestão, resolução de problemas, visão de negócio) e trilhas de desenvolvimento de hard skills separados por stacks (full stack, backend, frontend, devops). Sério, incrível! Tive a oportunidade de complementar um material semelhante que havia criado para gestão de carreira das pessoas desenvolvedoras do meu time e o nível de alinhamento de expectativas que isso trouxe foi excelente! Uma vez que as pessoas sabiam exatamente o que se esperava (e o que não se esperava), ficou muito mais fácil gerenciar expectativas de evolução, promoções, méritos, etc.
Este material ainda apresenta um mecanismo para avaliação dos resultados dessa progressão, que mostra de forma matemática o nível em que uma pessoa se encontra, como podem ver abaixo.
Ferramentas da Mentoria CTO para Gestão Financeira
Você já deve saber, mas não custa reforçar: a gestão financeira de uma empresa não é tarefa apenas do CFO Chief Financial Officer e seu departamento financeiro, mas também dos líderes de tecnologia. Afinal, conforme visto nas aulas da Mentoria CTO, garantir um fluxo de caixa positivo proporciona que a empresa tenha liquidez e equilíbrio no curto prazo, garantindo os compromissos assumidos para gerar valor no longo prazo.
E, sabemos que Tecnologia representa uma das maiores linhas nas planilhas financeiras de qualquer empresa, startup, etc., sendo assim, fomos apresentados a um modelo super simples e potente de DRE, Demonstrativo de Resultado do Exercício. Esta é uma das principais ferramentas para investidores, gerentes e demais partes interessadas, uma vez que fornece uma visão detalhada dos lucros e perdas da empresa, revelando como a receita é transformada em lucro líquido.
Além disso, percorremos um modelo de gestão de budget completo e uma ferramenta para estudo de viabilidade para novos projetos.
Dentro do que já atuei em processos de orçamentação de tecnologia, posso dizer que esses materiais apresentados, seguramente, podem ajudar qualquer líder tech a cortar caminho nessa área que é tão complexa e não tão confortável para nós, que somos apaixonados pelos “bits e bytes”.
Sobre a aula "Gestão e Playbooks" da Mentoria CTO
Por fim, quero comentar sobre a aula dedicada especialmente para “Gestão e playbooks”. Devido a minha trajetória profissional em Governança de Tecnologia, foi super gratificante para mim ter um módulo específico de processos em uma mentoria para líderes técnicos, desenvolvida por empreendedores de startups de sucesso. Digo isso, porque já ouvi muitos gestores de empresas chamarem de “burocracia” qualquer linha de descrição de um processo e dizendo que “a empresa precisa se tornar leve” para seguir o sucesso das startups em meio a tempos de transformação digital, ou seja, “jogar toda a papelada pro alto”. Ledo engano…
Logo de início, analisamos um case demonstrando como a documentação estruturada de processos é mais eficiente, pois permite que outras pessoas possam continuar a tarefa, ao invés de centralizar tudo em uma só. Isso levou a discussões sobre gestão de processos, produtividade e garantia de qualidade. Exploramos também playbooks de Procedimentos Operacionais Padrão (dos quais recebemos cópias) de várias áreas, incluindo pré-venda, gestão de incidentes, monitoria e desenvolvimento de software. Com esses exemplos, identifiquei pontos-chave para aprimorar os processos existentes e estruturar novos fluxos no meu trabalho.
E, por fim, além dos playbooks, nesta aula também adquiri o template da Matriz de Decisão para escolha de tecnologia, cujos insights sigo utilizando diariamente na minha rotina.
A Mentoria CTO reforça que tudo é sobre processos
Processos fazem parte do nosso cotidiano. Desde o “processo” de acordar, tomar café e se preparar para mais um dia de trabalho, até uma rotina complexa de migração de um banco de dados. Tudo pode ser estruturado em um fluxo, identificar suas entradas e saídas, encontrar insumos, definir métricas para aferir a qualidade e o resultado obtido.
O quão simples e eficaz isso será depende da sua habilidade de interpretar o contexto em que se encontra e do bom senso para definir o quão densos serão os artefatos (no caso playbooks e templates) que você vai utilizar.
Muito além dos inúmeros exemplos desses materiais que recebemos na Mentoria CTO do IFTL, prontinhos para aplicarmos em nossos contextos, saí com a convicção de que não importa se você é uma liderança de tecnologia de uma startup em fase inicial ou de uma empresa consolidada com dezenas de anos: ter os fluxos principais de trabalho estruturados, com indicadores mensurando seus resultados e templates de apoio é essencial para que você e seu time encurte caminhos e atinja resultados excepcionais em suas atividades.
Embaixador
Luis Batista
Head de Engenharia de Software especializado em produtos digitais. Graduado em Ciência da Computação (UFMG), com experiência em liderança de pessoas em diversas áreas de TI, como engenharia e arquitetura de software, infraestrutura cloud, business intelligence, governança de TI, segurança da informação dentre outras. Além de startups, empresas públicas e privadas de variados portes/segmentos, nacionais e multinacionais. Tem interesse em assuntos relacionados a liderança e desenvolvimento de pessoas, gestão, tecnologia, música, esportes e viagens.